
sábado, 25 de dezembro de 2010
PRESENTE DE NATAL

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
IRINY LOPES NA SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES
Portal "Mulheres no Poder"
Com a eleição da primeira presidente do Brasil, o país ganha também outras mulheres no poder. Dentre elas a capixaba Iriny Lopes (PT). A deputada federal reeleita foi aceitou o convite da presidente eleita, Dilma Rousseff, e será a ministra-chefe da Secretaria Especial das Mulheres.
O governador eleito, senador Renato Casagrande (PSB), foi ouvido por governistas e achou ótima a escolha da capixaba, a quem chamou de “amiga pessoal”. Ela chegou a ser sondada para assumir a secretaria de Estado de Direitos Humanos, no governo do socialista. Mas teria declinado do convite.

Aos 54 anos, ela foi reeleita em 2010 para o seu terceiro mandato na Câmara dos Deputados. Seu trabalho como parlamentar inclui a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Casa, em 2005. Iriny também já integrou o Conselho de Ética da Câmara e foi relatora do processo que culminou na cassação do ex-deputado André Luiz, do Rio de Janeiro, flagrado num diálogo em que tentava extorquir R$ 4 milhões do empresário de jogos Carlos Cachoeira.
Em 2009, foi relatora da CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, em que pediu o indiciamento do banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity. A deputada está no PT desde 1984. Ela pertence a uma ala mais radical do partido e chegou a integrar a chamada “bancada agrária”, simpática ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Outras mulheres. Além de Iriny Lopes, também farão parte do primeiro escalão do Governo Dilma Lúcia Falcon e Tereza Campelo. Falcon, que é secretária de Planejamento de Sergipe assumirá o Ministério do Desenvolvimento Agrário, enquanto Campelo vai para o Ministério de Desenvolvimento Social. A definição das três eleva o número de mulheres no primeiro escalão do governo federal a partir de janeiro.
Dilma também escolheu Luiza Bairros para a Secretaria de Igualdade Racial. Luiza ocupa posto similar no governo baiano. Dilma já indicou a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) para a Pesca, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) para Direitos Humanos, a jornalista Helena Chagas para Comunicação Social e Miriam Belchior para o Planejamento.
Dilma Rousseff quer ainda uma mulher no Ministério do Esporte. A mais cotada Luciana Santos, ex-prefeita de Olinda. São cotadas para postos na Cultura, na Secretaria da Juventude.
Embora vários sites confirmem a indicação de Iriny Lopes para o governo Dilma, o gabinete da parlamentar, na Câmara Federal, não confirma o convite. Alega que a deputada capixaba está em Brasília para participar de reunião da Bancada petista, que vai escolher seu candidato à presidência da Câmara.
Dilma Rousseff estará completando 63 anos nesta terça 14. Va i comemorar no Rio Grande do Sul,onde se encontra. É pouco provável que ela se encontre com Iriny em Brasília, ou qualquer das outras convidadas. Para o anúncio oficial a assessoria da presidente eleita tem utilizado a divulgação de notas oficiais, como fez a semana passada. É o que deve ocorrer essa semana.
sábado, 18 de dezembro de 2010
HELEIETH SAFFIOTI

No Brasil, as Ciências Sociais têm seus autores clássicos. De Gilberto Freyre a Raymundo Faoro e Florestan Fernandes, passando por Oliveira Vianna, Tavares Bastos, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Jr., Celso Furtado, Josué de Castro, Victor Nunes Leal, José Murilo de Carvalho, Maria do Carmo Campelo de Souza, Alba Zaluar, Darcy Ribeiro, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Roberto Cardoso de Oliveira, Otavio Ianni entre outros. Eles são considerados os principais autores nacionais do século XX e têm influenciado os três campos de estudos conforme o interesse e a influência do ministrante das matérias e disciplinas dessas três áreas no meio acadêmico. Nesse caso, a ênfase de uma área reproduz o interesse em fortalecer sua argumentação. Se Freyre e Fernandes tendem à Sociologia, Faoro e Nunes Leal, ao explorarem teorias sobre o patrimonialismo e o coronelismo tendem a ser priorizados pela Ciência Política; e Ribeiro, Zaluar e Cardoso de Oliveira favorecem o ramo da Antropologia.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
TRIBUTO DE SAUDADE A SAFFIOTI

Heleieth I.B. Saffioti , a grande pesquisadora, pensadora, professora, feminista faleceu no ultimo dia 13, aos 76 anos, em São Paulo/SP. O mundo intelectual brasileiro perdeu não só uma grande incentivadora dos estudos sobre a questão da mulher, mas e principalmente sobre a violência doméstica, o marxismo, a história das mulheres brasileiras, escrevendo um dos livros mais importantes para estes estudos hoje esgotado: “A Mulher na sociedade de classes- mito e realidade”)1969). Foi importante na formação de toda uma geração e esse testemunho pode ser dados por quantos leram seus livros, artigos ou presenciaram suas conferências, palestras em tantos eventos nacionais e internacionais.
Ao notificar esse infausto entre as colegas do GEPEM/UFPA, recebi inúmeros emails que passo a publicar. (Luzia Álvares)
Disse A Dra. Maria Cristina Maneschy( PPGCS/UFPA):
Heleieth I.B. Saffioti foi uma grande pesquisadora sobre a condição da mulher.
Através do GEPEM (Grupo de Estudos e Pesquisas Eneida de Moraes sobre Mulher e
Relações de Gênero), soube hoje da morte da Professora Heleieth Safiotti, uma
das pesquisadoras que abriu ricos caminhos de investigação
sobre a condição social da mulher no Brasil. Caminhos que se abriram e não mais fecharam ou, melhor dizendo, ampliaram-se e enveredaram por vias muito profícuas, através dos estudos feministas e de gênero.Não a conheci pessoalmente. Mas, certamente, compartilho com muitos colegas o reconhecimento de que ela foi uma referência na formação dos cientistas sociais brasileiros. Em seu grande livro “A mulher na sociedade de classes, nos anos 1970, sob uma perspectiva marxista, ela levou seus leitores a compreenderem essa "condição", ou seja, essa posição social particular da mulher, seu status diferenciado do status dos homens, na dinâmica social mais ampla. As discriminações que as mulheres sofriam, expressas com especial clareza nas principais características de sua inserção no mercado de trabalho, não eram resultado de uma disfunção, ou de uma visão atrasada, sobretudo em sociedades economicamente menos desenvolvidas. Visão que, portanto, seria superada com a modernização.
Safiotti evidenciava, por exemplo, através das estatísticas sobre trabalho feminino no Brasil, o quanto elas estavam atrás em carteira de trabalho assinada, salários e acesso ao emprego formal.
A notar que, com sua respeitável bagagem acadêmica, ela elaborou um estudo pioneiro sobre o emprego doméstico - que era então, disparado, o principal absorvedor da força de trabalho feminina no país. Eram trabalhadoras que tinham alcançado há apenas poucos anos, em 1972, uma cobertura mais convincente de direitos trabalhistas. A nova legislação deixava para trás aspectos das relações servis que as profissões domésticas haviam recebido do escravismo e que teimavam em permanecer nas relações entre patrões/patroas e empregados, sobretudo empregadas, pois eram mulheres que prevaleciam numericamente nessas profissões.
Pois bem, Heleieth Safiotti analisou com notável profundidade teórica e empírica, várias teias que ligavam as discriminações, não só de gênero, mas também étnicas, e as rodas da economia capitalista. Também no capitalismo moderno, a divisão sexual do trabalho era um elemento estrutural da ordem social. Neste caso, herdando princípios de classificação subalterna historicamente anteriores, as mulheres apresentavam-se como força de trabalho passível de um grau de exploração mais acentuada, em benefício dos empregadores. Na condição social da mulher trabalhadora conjugavam-se sistemas discriminatórios de gênero e de classe, contribuindo a sua maneira para a reprodução do modo de produção cujo móvel é a acumulação.
Ademais, as mulheres, que haviam sido alvo de pouca atenção entre os clássicos das Ciências Sociais, apareciam também desempenhando papéis de grande relevo na sustentação do sistema econômico. De um lado, concebidas e auto concebendo-se como "ajudantes", trabalhadoras secundárias, de menor importância, elas assumiamcom frequência funções que Marx havia analisado como parte do "exército industrial de reserva", do tipo que podiam ser dispensadas e reabsorvidas conforme os ciclos econômicos. E, ainda, com seu labor gratuito na manutenção cotidiana dos trabalhadores da ativa e das próximas gerações, as mulheres no lar também foram percebidas como estruturalmente ligadas com a reprodução da ordem social de classe. Elas contribuíam para rebaixar o valor da mão de obra no mercado. As ideologias de gênero amenizavam a percepção dessas forma de exploração que se davam dentro e fora dos espaços da produção econômica.
Estas linhas sobre seus estudos de fato não fazem justiça à obra da autora e ao impacto que suscitou no meio acadêmico. Faço estas reflexões no sentido de reafirmar a importância de um estudo que pioneiramente no Brasil analisou as vivências das mulheres trabalhadoras e sua importância sociológica. Suas pesquisas contribuíram para uma compreensão mais política dos trabalhos no lar, para a politização da categoria cuidado, que a pesquisa feminista impulsionou e
que o movimento feminista conseguiu muitas vezes traduzir em políticas.
(....) expresso meu pesar pela morte desta grande mulher, que conheci quando a mesma veio em Belém, e que tanto contribui para os estudos sobre mulher e feminismo em nosso país.
A Dra. Ana Cleide Moreira (PPGP/UFPA)
Colegas,
Minha homenagem a Heleith Safioti:Hoje, São Paulo chuvosa, assiste a
partida de uma feminista que mudou nossos rumos de mulheres brasileiras.
Ela
se vai, sabe-se lá para onde, mas aqui deixará saudades.
Sua generosidade em
analisar a si mesma, enquanto pensava em todas, foi talvez sua maior grandeza.Outras colegas do GEPEM/UFPA estão enviando comentários sobre a nossa grande Heleieth Saffioti falecida no dia 13/12.
Disse a Dra. Maria Angelica Maués (PPGCS/UFPA)
Luzia querida e Colegas
Quero comungar com o sentimento expresso por todas de imenso pesar pelo falecimento de Heleieth Safiotti, pioneira e sempre dedicada ao estudo e participação política, nos embates nacionais e internacionais, voltados para aquilo que se pode chamar de "causa feminina".
Conheci Heleieth (a distância) como participante assídua, acho que até os anos noventa, das reuniões da ANPOCS, e tive a grata oportunidade de assistir a uma linda e merecida homenagem, sob a forma de uma mesa-redonda, onde várias de suas ex-alunas, hoje profissionais reconhecidas na área das ciências sociais falaram da professora e pesquisadora com muito carinho e a exposição pública de seus méritos como incentivadora e mentora de gerações de outras mulheres es tudiosas e dedicadas ao tema&causa que ela, corajosamente, abraçara.
Lembro de vê-la sempre cercada de muitas pessoas, muito ativa e animada nos corredores e áreas de bate-papo, do Grande Hotel Glória de Caxambú, entre as atividades acadêmicas da reunião, nas quais também tinha presença constante e destacada.
Com este pequeno registro da professora Heleieth envio a todas meu abraço.A Dra. Maria Antonia Nascimento (PPGSS/UFPA) disse:
Heleieth Saffioti foi minha co-orientadora no doutorado e tínhamos uma relação afetiva muito boa. Toda vez que ia
à São Paulo, ligava pra ela e ela fazia questão que fosse em sua casa. Lá batíamos altos papos, pois além de ser vanguarda nos estudos feministas, estava sempre antenada no que acontecia no mundo e na produção do conhecimento. Sempre vi Saffioti como uma grande inspiração!
Forte abraço,
A Dra. Adelma Pimentel (PPGP/UFPA) comentou:Amigas,
A morte e a vida formam uma dialética.
Não morremos apenas fisicamente.
Há varias formas existenciais de presença e de ausência. A morte em vida pode ser derivada da opressão e da violencia.
Para nosso grupo, a psicologica e a simbolica vorazes que matam a auto-estima, a coragem, a iniciativa, o senso de auto-confiança.
No VIII Encontro Internacional de Genero Saffioti falou para o publico mais de uma hora, e no lema de Nelson Gonçalves foi homenageada enquanto presença viva,
agora que segue etérea, continuará contribuindo para promover rupturas existenciais e fomentar vida que a renovação se instale em nossos atos.
Saudações e carinho ao nosso grupo
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
PRIVACIDADE & TECNOLOGIA
Em 1949, o escritor inglês Eric Arthur Blair, que se assinava George Orwell, publicou um livro em que vislumbrava um regime totalitário que praticamente invadia a privacidade dos cidadãos em nome de um esforço coletivo. Chamado de “Grande Irmão”, o ditador desse país fictício seria o vilão da história, narrada por um dos funcionários, Winston Smith, responsável pela falsificação de documentos públicos como serviço de propaganda, mas, desiludido, se rebelava contra a invasão de sua rotina de vida que modulava, até mesmo, o seu relacionamento amoroso.
À época da edição e publicação de “1984”, título do livro de Orwell, a informática engatinhava. Os computadores consultados pelos militares durante a 2ª. Guerra Mundial (1939-1945) ocupavam largos espaços e retardavam bastante a análise dos dados. Nos 4 anos subseqüentes houve um progresso, mas a imaginação do escritor inglês ia além, seguindo colegas como Herbert George Wells que via o futuro – e nem sempre de forma alvissareira.
Hoje se diz que os computadores, ligados em uma rede internacional (a internet), modulam a vida do cidadão comum. Não se trata mais de um aparelho de exclusividade da estratégia militar, mas um “bem comum”, com a tecnologia, a partir da designação de seus dados, alcançando grande parte das pessoas no mundo inteiro. Há um acúmulo de termos específicos a ponto de não se explicar em textos diversos destinados a consumo popular o que seja “e-mail”, “site”, “blog” “fotoblog”, “byte”, “download”; as fontes de informação como “Google”, “Yahoo”, “Altavista”; e redes de relacionamento como Facebook, Twitter, Myspace, MSN, QuePasa e Orkut; além de redes profissionais como o Linkedln, Friendster, entre outros.
Pelo modo como a informática penetrou na sociedade contemporânea há quem diga que “acabou com a privacidade”. Seria uma evocação do que Orwell imaginou em tom de fantasia. E a penetração de informes pelas vias cada vez mais sofisticadas está revelando segredos guardados por governos em espaços considerados sigilosos.
É o caso de dizer que o que antes fazia parte da ficção-cientifica, alimentando as aventuras de agentes secretos como o James Bond de Ian Fleming (herói predileto de John Kennedy), hoje é um meio um tanto banal de fomentar uma aventura.
Recentemente o governo norte-americano e outros governos sofreram o abalo de verem revelados documentos secretos no site WikiLeaks, criado pelo australiano Julian Assange, em 2006. O mundo soube como os EUA manipulavam situações e terrenos em diversas partes do mundo visando a sua segurança. Pelo menos denominando assim o seu propósito invasivo. As políticas internacionais sentem-se vulneráveis às revelações de documentos, seja por uma elite de “hackers” seja pela rebeldia de alguém ligado a governos com uma tendência oposicionista semelhante ao do personagem de “1984”.
Pergunta-se no momento se o cada vez mais ativo programa de informática é mesmo responsável pelo fim da privacidade e se isso representa o perigo que se alertou nas historias fictícias de tantos autores. O professor Daniel Miller, antropólogo da Universidade de Londres e autor do livro “Tales from Facebook” a ser publicado em 2011, não acha que haja um “mal” na profundidade cada vez maior da investigação pela tecnologia: “A sociedade que é mais privática também é geralmente mais individualista e mais solitária. A maioria das pessoas parece sentir que essa perda de comunidade tem tido conseqüências negativas. Pessoas que vivem em comunidades (...) são freqüentemente muito menos privadas e mais satisfeitas. Se você quer que as pessoas sejam menos individualistas e vivam mais em comunidade então elas também terão menos privacidade”. Outro professor, Eben Moglen, da Universidade de Columbia, fundador do Software Freedom Law Center, diz o seguinte: “O problema dos serviços atuais (da comunicação humana) é que esses serviços são terrivelmente mal implementados ,arruinando a nossa liberdade ao unirem comunicação e interesses econômicos”.
O debate entre cientistas reflete a realidade de que a informática é hoje a válvula de escape de idéias e/ou segredos. No âmbito político, o Caso Watergate, por exemplo, seria detectado por computadores (sem ser preciso invadir a sede do Partido Democrata norte-americano). Isto é o que dizem intelectuais que estudaram o assunto. E já se pode argüir que a pouca ou nenhuma privacidade vai levar partidos & candidatos & estratégias de coalisões & eleitos a um maior cuidado com a coisa pública e a sua própria vida privada. Em tese, a corrupção sucumbiria à invasão digital, mas ainda assim abre-se um parêntese para o caso de existir meios de corrupção na própria área tecnológica. Não é “sci-fi”, mas pode-se imaginar “hackers oficiais” ou publicação de dados falsos na rede, alimentando um cenário a gosto dos autores dessas manobras.
A complexidade da natureza humana relativiza a classificação entre o mocinho e o vilão no cenário internautico contemporâneo. Orwell era claro na sua visão maniqueísta. O que conceberia para um “2084” com toda essa tecnologia de última geração?
( Texto publicado em "O Liberal"/PA em 10/12/2010)
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
UMA NOVA FACE DAS EMPRESAS
