domingo, 16 de outubro de 2016

DIA DA PROFESSORA E DO PROFESSOR




Se ontem falávamos romanticamente sobre esses/as mestres e mestras dos primeiros ensinamentos escolares hoje continuamos a tê-los na lembrança pela forma que nos trataram e nos ensinaram as primeiras “lições de coisas” conforme um livro que circulava na minha época de criança com o registro das principais matérias do dia a dia escolar. Mas não era o de Carlos Drummond de Andrade, do mesmo título, de 1962 e sim a obra “Primeiras lições de coisas – manual de ensino elementar para uso dos paes e professores”, do professor norte-americano Norman Alisson Calkins, publicada pela primeira vez no ano de 1861 (cf. análise do mesmo em Gladys Mary Teive Auras, 2003, Editora UFPR e/ ou em Roseli B. Klein (FAFIUV -UNESPAR /PR). Este livreto corria as escolas primárias dos anos 1930 a 1950 no Brasil, e nós, em Abaetetuba, da minha geração, tínhamos a obra como formadora do método intuitivo.
A perspectiva sobre essa categoria profissional tinha um forte emblema missionário, considerando-a o ponto principal da vida da criança, visto que a instrução escolar se agregava à educação que os pais exigiam das escolas na formação de seus filhos e filhas. Tratava-se, sem dúvida, de uma formação cultural no modelo da tradição conservadora, mas esse aspecto era visto como “natural” na representação social vigente. E dessa forma fomos aprendendo alguns diferenciais da biologia entre ser homem e ser mulher & suas nuances nas várias fases etárias dadas pela versão patriarcal que decidia, através de suas normas, algumas dos costumes, outras institucionais, o que cada um/a seguiria em cada tempo ou lugar.
Nesta reflexão de aluna em tempos pretéritos vejo o que avançou nos tempos atuais, agora como partícipe enquanto professora. Se hoje se diz que os/as alunos/as não respeitam ao/a professor/a não podemos generalizar essa versão tão recorrente que aponta para um quadro desalentador em que o refrão “o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende” desmoraliza a educação que temos no cenário brasileiro. Há uma certa mania de menosprezar o que é nosso favorecendo o que é de outras nações.
A nossa foi aos poucos amadurecendo. Entretanto, hoje, vemos com desilusão o quanto essas medidas do desgoverno atual quebraram nossos alicerces de crescimento. Professores, alunos e a vida escolar de um modo geral sofreram um baque assustador com essa onda que está vislumbrada com a PEC 241.
Dessa forma, neste dia em homenagem ao professor e à professora, o que podemos pleitear?
FORA TEMER! FORA MEDIDAS DE DESVALORIZAÇÃO DO ENSINO!

PROFESSORAS E PROFESSORES! PRESENTE!