sexta-feira, 16 de novembro de 2012

EM NOME DA PAZ


 A Familia Obama novamente na Casa Branca
Sem ser versada em política internacional, mas partícipe de uma sociedade integrada às demais (para não falar em globalização) e, portanto, preocupada com a situação mundial e o papel que representamos nesse processo, pergunto: o que interessa para nós, brasileiros/as, especificamente para os/as amazônidas, a reeleição de Barak Obama na presidência dos Estados Unidos?
Em primeiro lugar cabe considerar a inegável importância do país desde a 2ª Guerra Mundial, especialmente com a demonstração do poderio bélico adquirido. Este poderio manteve uma hegemonia de terror durante a chamada “guerra fria” quando se confrontava com o arsenal nuclear da URSS (que estava muito mais a frente) e era levada, a um ponto critico, a luta surda entre sistemas capitalista e comunista. Hoje, com o fim da União Soviética, a persistência norte-americana no cenário internacional se dá com a primazia de que tratou Samuel Huntington em 1993:“É errôneo pensar que a principal razão pela qual os Estados buscam a primazia internacional consiste em capacitar-se para vencer guerras e que, portanto, se uma guerra é improvável, a primazia não é importante. Os Estados buscam a primazia para manter a sua segurança, promover seus interesses e conformar o ambiente internacional de forma a refletir os interesses e valores deles. Ela é desejável não fundamentalmente para obter vitória em uma guerra, mas para alcançar os objetivos do Estado sem recurso a ela. A primazia é, pois, uma alternativa à guerra” (apud Cesar Guimarães, 2002, tratando do conceito de primacy, por S. Huntington).

Barack Obama conseguiu se reeleger com a maioria dos colégios eleitorais que pedem um total de 538 votos. Poucos candidatos à reeleição no país perdem o pleito. Lembro de Jimmy Carter, depois um conselheiro em termos de politica externa. Mas até George w. Bush, com uma primeira eleição tumultuada, ganhando sérias acusações de fraude, conseguiu reeleger-se, ajudado certamente pelo trauma de 11-09-2001.
A crise econômica que veio do governo Bush e atingiu o mundo num “replay”, embora moderado, do que aconteceu em 1929, deu muito trabalho à campanha atual de Obama. Mas, ao que parece, os planos sociais falaram mais alto, um deles, inclusive, acenava para um sistema de saúde publica ainda inédito numa nação tida como poderosa.

Mas o que nos importa, e já mencionei anteriormente, é o papel dos EUA no mundo de hoje, especialmente nos países sul-americanos. Lutamos por nosso patamar comercial, e isso parece mais evidente no relacionamento que nos cabe nesses tempos tumultuados pelas ondulações econômicas.
Os países europeus sofrem hoje um grave problema de divisas apelando para medidas de contenção que gera revolta popular. Contudo, que é temido para quem está longe é a armação bélica que começou com a derrubada de ditadores, hoje atingindo a Síria, e, especialmente, ameaças de quem já tem ou está procurando ter armas nucleares.

Agora mesmo os jornais noticiam a disposição de Israel em atacar o Irã. Seria a questão de “antes da defesa o ataque” propalado em tempos idos por alguns governantes. Por seu turno, o Teerã já informou que possui misseis que podem atacar Tel-Aviv. Lembro do livro “Fail Safe”(1962) que gerou os filmes “Limite de Segurança”(1964), deSidney Lumet e “Dr.Fantástico”(Dr Strangelove, 1964), de Stanly Kubrick. Nestes, a sentença do fim do mundo é o resultado das tensões. No caso de uma participação norte-americana na briga, estaríamos assegurando a comentada profecia maia, sugerida pelo fim do calendário desse povo centro-americano, de uma catástrofe a encerrar este 2012 ?
Outras guerras, outras ameaças, outros problemas internacionais. Obama herdou a campanha no Afeganistão começada por George W. Bush depois do ataque terrorista a World Trade Center. O presidente democrata prometeu a volta de seus soldados daquele país. Também é comentada a saída norte-americana do Iraque, país conturbado desde a luta ocidental, capitaneada pelos EUA contra o governo despótico de Saddam Hussein. Até hoje carros-bombas matam civis neste e em outros estados árabes. E a figura dos EUA prossegue (embora menos do que na Era Bush) como vilã.

Ainda há o relacionamento com Cuba, hoje menos atritoso do que nos governos anteriores da nação vizinha. E ainda a Venezuela de Chavez, que estende bandeira socialista moldada na campanha histórica de Simon Bolivar.
Respeitar ideologias e edificar uma relação comercial favorável (ou menos protecionista para o lado norte-americano) é o que se espera nesses próximos quatro anos do primeiro presidente negro de uma nação que vendeu o estigma racista por muito tempo e ainda “ostenta” esse estigma, haja vista a eleição atual de Obama quando os brancos formaram a minoria de seus eleitores.

Que Deus ilumine a todos do planeta, especialmente a quem cabe tratar de paz. E ela só é conseguida com a sabedoria que se guia pelo respeito a cada cultura.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário