Imagem extraída de http://eticamicina-5mg-3vezes-ao-dia.blogspot.com.br/
As
pesquisas eleitorais conceituadas estão mostrando pêndulos de interesse do/a
eleitor/a por este ou aquele candidato ou candidata ao cargo majoritário
(executivo municipal) às próximas eleições, num momento que alguns subsidios de
capital social estão sendo expostos pelos competidores, em suas campanhas
políticas, como sejam bandeirolas, caminhadas nas ruas, nos meios midiáticos em
que a imagem leva ao comprador do produto que tem tv aberta, rádio, imprensa e
o que dispõem de outras mídias como as redes sociais (facebook, blogs, sites,
orkut, twiter, myspace, etc. ), são subsidios que tendem ao reconhecimento desta
ou daquela figura publicizada como o/a escolhido/a para sufragar. Aos os cargos
parlamentares municipais, a situação é um pouco diferente, haja vista a
proporção de candidaturas e o tempo exíguo em exposição pública. Mas em cada
distrito eleitoral, os vários campos de exposição dos concorrentes são abertos
e, assim, o eleitorado hoje tem mais chances de reconhcer quem é quem no
processo, avaliando a carreira política de candidatos/as.
Na minha concepção, uma carreira
política tende a acumular três níveis de trajetória pessoal, ou seja, o
percurso que um/a cidadão/ã faz em várias áreas de sua vida. Na trajetória
política, o capital social acumula-se em práticas sociais e nos movimentos
políticos, considerando-se desde a fase estudantil. A trajetória profissional
capitaliza valores no âmbito da profissão exercida. E a familiar extrai valores
dessa base afetiva quando estes valores são herdados da geração anterior.
Assim, um/a candidato/a tem este acúmulo como motivação e interesse na
competição eleitoral.
Considerando
que cidadãos/as ascendem ou descem esta escada em arranjos formais ou
informais, explora-se o como e
o porquê uma pessoa se torna
“política” (no sentido weberiano), e se para isso há uma escala de valores numa
trajetória pessoal que cria um padrão de carreira onde estão centradas as
motivações pessoais e partidárias dos aspirantes
que desejam concorrer.
O cientista político David Samuels
(1998), ao se perguntar qual a
estrutura de carreira política no Brasil e quais conseqüências são
observáveis sobre a ambição política
dos candidatos, no país, explica, numa tese doutoral, em meio à metodologia
qualitativa e fórmulas matemáticas, que os brasileiros não constroem carreiras
congressionais porque estão mais interessados nas carreiras no plano local,
diferentemente dos parlamentares norte americanos que apresentam alta taxa de
candidaturas para reeleição. Diz que os candidatos brasileiros buscam a
reeleição, porém não buscam o carreirismo num plano federal porque os
benefícios do plano municipal e estadual são maiores em relação aos custos de
uma baixa visibilidade congressional num distrito como o Estado e numa
representação plurinominal. E que o estudo da estrutura de carreira política
não pode se resumir às questões micro, “mas
as questões macro do desenvolvimento institucional e político, como mudança de
regime e outras questões que interessam os teóricos democráticos”. A
maior evidência empírica que o autor apresenta é sobre a ambição política do
competidor. Diz ele que esta “...inicia
e finda no nível subnacional, com o legislativo nacional servindo meramente
como um trampolim para altos cargos tipicamente no ramo executivo do governo
municipal e estadual”.
E como o eleitorado observa esses
detalhes para chegar às urnas com sua escolha definida? Há também teorias que
dispõem, dentro do mainstream de cada
área das Ciências Sociais, um enfoque diverso.
A sociologia, por exemplo, explica o
comportamento eleitoral através das influências do ambiente
sócio-econômico-cultural vivenciado pelos indivíduos, “gerando determinadas clivagens sociais que se expressam através de
partidos específicos, com os quais setores do eleitorado se identificam” (Matta-Machado,1992).
Corresponde a dizer que o eleitor/a é influenciado pelas interações
intergrupais que realiza no ambiente social votando ou não nos candidatos que
estão ao seu alcance interacional.
A corrente psicosociológica se baseia
em variáveis que privilegiam as atitudes dos cidadãos com outros fatores
característicos como etnia, escolaridade e status socioeconômico. Explicando a
maior ou menor participação eleitoral “além de fatores institucionais e legais,
influências interpessoais e barreiras não psicológicas – dificuldades físicas,
por exemplo –, percepções, motivações e atitudes como: a força da preferência
partidária, a percepção de que o resultado da eleição será apertado, o
interesse com relação à política e à campanha, a preocupação com o resultado
eleitoral, os sentimentos de eficácia política e da obrigação de votar.”(idem,
1992)
A terceira vertente explicativa sobre a
decisão do voto tem enfoque da teoria econômica sobre a racionalidade da
escolha do eleitor. Os pressupostos de Anthony Downs (1957), baseados no
individualismo metodológico, explicam as ações intencionais dos indivíduos para
maximizar seus benefícios e otimizar seus ganhos no mesmo diapasão do mercado
econômico:“De modo a atingir seus fins
privados, eles formulam as políticas que acreditam que lhes trarão mais votos,
assim como os empresários produzem produtos que acreditam que lhes trarão mais
lucros pela mesma razão. (...) os cidadãos se comportam racionalmente em política.”(Down,
p. 313).
Em todas, a evidência ao personal vote é um fato.
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