sábado, 7 de julho de 2012

NA ONDA DO IÊ IÊ IÊ




Para o bem ou para o mal, definiram-se, no último dia 05, as coligações partidárias que deveriam ser finalizadas no último dia 30/06, em convenções. Aproveitou-se o prazo fatal dado pelo TSE, através da Lei nº 9.504/1997, art. 11, caput, para “os partidos políticos e coligações apresentarem, no cartório eleitoral competente, até às 19 horas, o requerimento de registro de candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador”. As listas definitivas deverão ser homologadas (ou não) pelo órgão para, então, dar sequência ao processo eleitoral a culminar nas eleições de outubro próximo.
Sobre a onda de coligações formadas e/ou desfeitas nesse mês de junho, mais precisamente nos estertores do prazo previsto para a constituição das convenções municipais, o eleitorado fica à deriva das informações objetivas sobre como se dá o cálculo para o alcance da escolha dos candidatos/as que serão sufragados, embora a mídia consiga, de alguma forma, destrinchar certas formalizações considerando apenas a noticia aparente das barganhas.

Em um jornal paulista, a deputada Luiza Erundina (PSB), converteu as deduções sobre o ato de coligar, dos partidos, em um interessante texto explicativo desse jogo político recorrente. Para a deputada, a barganha eleitoral no Brasil ficou evidente através do gesto entre Maluf e Lula nos jardins da mansão do primeiro, objetivando selar o apoio do PP à candidatura de Fernando Haddad (PT) à prefeitura de São Paulo em função de minutos a mais no horário eleitoral. Esse gesto criou certo constrangimento devido a que a “dimensão pedagógica da política exige que ações e atitudes de lideres tenham como perspectiva não apenas a conquista do poder, mas também elevar a consciência e a politização da sociedade”. Para Erundina, a reconquista do poder político nesses moldes só será possível se for concretizada a tão esperada reforma política, com as forças sociais pressionando o Congresso a aprová-la, não com base em simples mudanças nas regras eleitorais, “mas que repense o sistema político como um todo”.
As minhas lembranças sobre as eleições de 1950, em Abaetetuba, em que o PSD era imbatível desde sua criação, encimado, em nível estadual, pela figura de Magalhães Barata, revelam associação com as atuais alianças feitas com o objetivo da manutenção do poder. As dissenções que se fizeram no governo baratista (1947-1950), com desapropriações e violências aos próprios correligionários levaram algumas famílias a criar um link providencial através da Coligação Democrática Paraense (CDP) para enfrentar as indicações do partido de Barata nessa eleição. Não houve outra: o General Zacarias de Assumpção foi vitorioso, além de governos municipais também romperem com a hegemonia do baratismo.

O que foi percebido, nas atuais coligações para as eleições de 2012, ao cargo majoritário, está sendo revelador das cláusulas de barganha entre “plenipotenciários” e minúsculos partidos. Essas cláusulas não vêm à tona, mas nos bastidores sabe-se que evento importante é a agregação de minutos ao horário eleitoral com a finalidade de os candidatos/as “posarem” mais tempo diante dos eleitores. Há diferenciais de alianças das eleições de 2010 para este momento eleitoral de 2012, com perspectivas para as eleições gerais de 2014. Há variáveis que apontam para uma suposta “distritalização rancorosa” (termo usado pelo prof. Roberto Corrêa para evidenciar as “sobras” negativas do plebiscito sobre o separatismo paraense) entre os partidos coligados de ontem e os que hoje se distanciam. Na verdade, essas variáveis não sustentam essa hipótese se forem observados os deslocamentos interpartidários demonstrados nas negociações em alguns municípios paraenses. Vê-se, por exemplo, o caso do DEM, em Belém, que optou por coligar-se com o PPS e não com o PSDB, seu antigo aliado. A evidência pode estar na indicação do líder antiseparatista como candidato ao cargo de prefeito. Seria, assim, uma perlenga maturada nos debates ao tempo plebiscitário pela não divisão do Pará, onde se enfrentaram os líderes que hoje costuram alianças e/ou assumem candidaturas. Sim, porque em Santarém, o DEM se uniu ao PSDB indicando até a vice-prefeita. Esse bloco agregou, também, o PSDC, PPS, PV, PSB, PMN e PSD. Em Óbidos PPS e PSDB coligaram, o primeiro lançando a candidatura ao cargo de prefeito e o segundo ao de vice. Há uma dança de letrinhas que faz a onda se movimentar, mostrando, numa rápida pesquisa, que em outros municípios do sul do Pará esses dois partidos se coligaram: Redenção, Agua Azul do Norte, Pau D’ Arco, Rio Maria, Xinguara etc.
Trata-se, portanto, de um jogo que depende da estratégia local e não apenas de certas intrigas que possam levar à dissidências. Antevisões de crescimento da legenda não só favorecem a formação de blocos aliados como também podem ser motivo de avaliação da fragilidade da densidade partidária nesse ou naquele local.

O caso de PSB em nível nacional se distanciando do PT em busca de um novo espaço de poder oferece um significado sugestivo porque essa perspectiva demonstra-se no Pará, onde esse partido ou apresenta candidato majoritário ou se alia a partidos grandes conforme perceba sua força e crescimento.

 

Um comentário:

  1. Bom dia

    Um Salmo, sem motivo especifico por ter deixado no seu blogger, mas especifico para que leia, simplesmente pela leitura das Escrituras de Deus, que sempre fala ao nosso SER.

    SALMO 10

    17 SENHOR, tu ouviste os desejos dos mansos; confortarás os seus corações; os teus ouvidos estarão abertos para eles;

    18 Para fazer justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem da terra não prossiga mais em usar da violência.

    Abraços
    Jesus Cristo te Ama!
    Ele é o Caminho a Verdade e a Vida

    ResponderExcluir