Se
ontem falávamos romanticamente sobre esses/as mestres e mestras dos primeiros
ensinamentos escolares hoje continuamos a tê-los na lembrança pela forma que
nos trataram e nos ensinaram as primeiras “lições de coisas” conforme um livro
que circulava na minha época de criança com o registro das principais matérias
do dia a dia escolar. Mas não era o de Carlos Drummond de Andrade, do mesmo
título, de 1962 e sim a obra “Primeiras lições de coisas – manual de ensino
elementar para uso dos paes e professores”, do professor norte-americano Norman
Alisson Calkins, publicada pela primeira vez no ano de 1861 (cf. análise do
mesmo em Gladys Mary Teive Auras, 2003, Editora UFPR e/ ou em Roseli B. Klein
(FAFIUV -UNESPAR /PR). Este livreto corria as escolas primárias dos anos 1930 a
1950 no Brasil, e nós, em Abaetetuba, da minha geração, tínhamos a obra como
formadora do método intuitivo.
A
perspectiva sobre essa categoria profissional tinha um forte emblema
missionário, considerando-a o ponto principal da vida da criança, visto que a
instrução escolar se agregava à educação que os pais exigiam das escolas na
formação de seus filhos e filhas. Tratava-se, sem dúvida, de uma formação
cultural no modelo da tradição conservadora, mas esse aspecto era visto como
“natural” na representação social vigente. E dessa forma fomos aprendendo
alguns diferenciais da biologia entre ser homem e ser mulher & suas nuances
nas várias fases etárias dadas pela versão patriarcal que decidia, através de
suas normas, algumas dos costumes, outras institucionais, o que cada um/a
seguiria em cada tempo ou lugar.
Nesta
reflexão de aluna em tempos pretéritos vejo o que avançou nos tempos atuais,
agora como partícipe enquanto professora. Se hoje se diz que os/as alunos/as
não respeitam ao/a professor/a não podemos generalizar essa versão tão
recorrente que aponta para um quadro desalentador em que o refrão “o professor
finge que ensina e o aluno finge que aprende” desmoraliza a educação que temos
no cenário brasileiro. Há uma certa mania de menosprezar o que é nosso
favorecendo o que é de outras nações.
A
nossa foi aos poucos amadurecendo. Entretanto, hoje, vemos com desilusão o
quanto essas medidas do desgoverno atual quebraram nossos alicerces de
crescimento. Professores, alunos e a vida escolar de um modo geral sofreram um
baque assustador com essa onda que está vislumbrada com a PEC 241.
Dessa
forma, neste dia em homenagem ao professor e à professora, o que podemos
pleitear?
FORA
TEMER! FORA MEDIDAS DE DESVALORIZAÇÃO DO ENSINO!
PROFESSORAS
E PROFESSORES! PRESENTE!
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