Dilma Rousseff diante de uma corte de julgamento. Presa, lutando pela democracia. Solitária, aquele momento.
Acompanho, tanto como eleitora como
militante social e mais ainda como cientista política as sucessivas tendências
de desgaste político a que vem sendo submetida a Presidenta Dilma Rousseff,
desde o momento em que foi eleita para o cargo pela segunda vez, em outubro de
2014, com 51,64% de 54.501.118 votos.
As forças opositoras que não
conseguiram o cargo pelo direito do voto popular do sistema de representação
democrático, criaram uma agenda para desgastá-la formal e pessoalmente sendo
visível esse jogo que se tornou uma medida sistematizada das lideranças do
partido que perdeu as eleições agregando aos
demais representantes de uma elite partidária que embora estivesse integrada à base coligada para
manter a governabilidade do momento, montou seus palanques e procurou cada vez
mais contaminar as múltiplas vertentes que pudessem servir aos momentos mais
promissores para cultivar esse desgaste.
O séquito de opositores partidários e
da elite conservadora se formou nesse tempo em que o executivo federal procurou
estabelecer uma política de rearranjo econômico e social e revalidação de
políticas cambiáveis com um tempo de recessão mundial estabelecendo medidas de
combate à corrupção política em órgãos integrados às políticas de crescimento
econômico e cujas mazelas não se apresentavam com a cara atual, mas vinham de
outros governos que subsidiaram as tramas gastando os recursos de seus próprios
governos para garantir a hegemonia no poder.
Mas foi em Dilma que recaíram as
dúvidas de que era neste momento que as “operações pró-corrupção” eram de seu
governo e não vinham de outras épocas. Sangra-se assim, até a morte moral um
governo que jamais fechou um canal de imprensa, uma rede social que emitia
opiniões ambíguas com o objetivo de criar maiores chagas no desgaste.
As denúncias de corrupção que eram
executadas pelos detratores do governo, em que pesem serem emitidas por fontes
institucionais consideradas jamais transbordaram para um noticiário de imprensa
com acesso de grande alcance. As opiniões dos jornalistas dessa imprensa sempre
ocorreram de forma ambígua , tratando o caso com evasivas e/ ou trazendo
convidados/as para emitir opinião com o foco na
tabela solitária de um “Brasil que vai pra trás”.
Até o momento em que se dá a
responsabilidade de todas as políticas que se criam para fornecer acesso a um
Brasil que está forte, que segue vencendo crises mesmo com arrochos e que há
necessidade desses acertos para mostrar esse encaminhamento de responsabilidade
esse comportamento é tomado como passível de ser um dos motes de um processo de
impeachment à mandatária do País.
É aqui que fica no ar minhas questões
considerando que embora tenha meu direito de eleitora estou na posse de meus
direitos de cidadã para lançar tensão com ímpetos de receber respostas, não dos
querelistas, dos tendenciosos, dos que não estão “nem aí” para a vida política que representa o Brasil democrático porque foi eleita por mais de
50 milhões de eleitores:
a)
Onde anda esse
eleitorado? Encolheu com as denúncias capciosas dos opositores partidários que
perderam as eleições em 2014 e se propuseram a “avacalhar” os representantes
eleitos até chegarem ao poder?
b)
Onde andam os
movimentos sociais que não repercutem em coletivo salvo em posições de um ou
outro líder sobre a situação que está sendo vilipendiada nacionalmente?
c)
Onde buscar os
filiados/as do Partido incumbente – o PT – que embora em notas aqui
ou acolá – não tomaram à frente a posição de desmontar esses incautos predadores?
d)
Onde estão os
grupos de pressão integrados ao PT que se calam e em um ou outro post nas redes
sociais acha por bem assumir uma posição às vezes ambígua para desnortear esse
arcabouço de incertezas contra a presidente?
e)
Onde fica o
Ministério da Justiça que deixa as inverdades escalarem a tal ponto a linha
informativa que não acorre às leis e as posições demonstrativas de que o lado
da barganha tradicionalista está tomando a frente do poder e desmontando
falaciosamente os caminhos da busca por uma política de integração com o mundo
em recessão para sair da crise?
f)
Onde andam os
movimentos de mulheres e feministas que deixam as pancadas masculinas (de
homens e mulheres) sangrarem até a morte o corpo político e físico da primeiro
mulher a ter a ousadia de assumir o poder de decisão nacional, procurando
articulação com as coalizões partidárias que só têm mesmo de seu o medo de
perder o poder?
g)
Aonde andam as
lideranças das coalizões partidárias do governo que não tomam a frente de uma
ofensiva mais direta nessa onda de terror político que tem deixado o país em tensão,
sem saber para onde correr?
h) E finalmente,
aonde anda a imprensa alternativa que não cria um coletivo para se apor contra
esse “globismo” inveterado que vem dissipando as mentes da população desde as
primeiras fases da ditadura de 1964?
Fico pensando que temos nas mãos o
poder de reverter esse estado de coisas que está ocorrendo no Brasil, e mesmo
se forem usadas as armas dos detratores devemos estar seguros de que
vislumbramos o poder solitário da Presidenta Dilma Rousseff e não a deixaremos
só. ( Luzia Álvares)
(Obs. Texto escrito há mais de dois meses quando as forças sociais ainda estavam muito silenciosas)
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