Joga-se no google a frase “nomes de candidatos a prefeito no Pará 2012” e saltam mais de três milhões de resultados em apenas 24 segundos. Não se restringem ao nosso Estado, mas aos demais estados da federação que estão na mesma perspectiva de avaliar as possibilidades de seus líderes para lançar, aos cargos majoritários municipais, os prováveis agregadores dos votos de cada partido em cenários diversos do país e em diferentes acordos pré-eleitorais para o próximo pleito. Quando a frase se restringe à cidade de Belém, encolhem os resultados para milhares de evidências de consulta, sejam blogs privados e partidários, notícias jornalísticas, opiniões, reportagens sobre encontros formais de diretórios estaduais e municipais que estão tratando da questão da sucessão municipal. O “agora” tem algum tempo, mas, as comissões para o acompanhamento das próximas eleições só então se constituem formalmente.
O assunto, como se diz, está posto no cenário social e político. Sim, porque hoje, esse tema não é privativo de eminências pardas ou não dos partidos políticos, mas está sendo tratado em todas as conversas sejam particulares ou as de “pé de ouvido” do eleitorado atento quando a troca de informações sobre o “disse-não-disse” das articulações intra e interpartidárias alcança as redes sociais e se transforma em opiniões estilhaçadas entre o “achismo” e as probabilidades que se conjugam em nome de algumas alternativas encimadas pelo jogo das negociações.
A análise política não se restringe ao noticiário da mídia nem mesmo às informações capturadas de conversas informais com lideranças partidárias. Sem dúvida estas variáveis contam entre as demais que devem ser verificadas para uma avaliação do cenário onde estão sendo cunjugados os fatores de indicação e/ou recrutamento das candidaturas aos cargos majoritários municipais. Numa avaliação melhor construida é necessário considerar variáveis internas e externas que agregam: o perfil do partido em eleição anterior, os protagonistas dessa competição, exitosos ou não, o número de votos recebidos (nominais e de legenda), as coligações que se cruzaram nesses pleitos e no processo de governo (partido incumbente), as que se constróem decorrentes da derrota partidária (os não exitosos) avaliando os erros e o que ficou inexplicado no ambiente competitivo. Há outras evidências que se tornam também necessárias para a análise, como, atualmente, as pesquisas internas que os partidos promovem para verificar com quem poderão contar no recrutamento que fizerem de seus/suas filiados/as. Há uma variável importante para todos os que pretendem reeleição e aos aspirantes da legenda do gestor anterior: a perspectiva do voto retrospectivo, ou seja, a conjunção entre os votos obtidos por esse gestor da mesma legenda e os investimentos que fez nos programas sociais. Contudo, há o fato eventual ou ocasional, ou seja, aquele que não é pensado e, por vezes, dá o xeque-mate na expectativa construída.
O noticiário local revela nomes de lideranças partidárias que estão com alta visibilidade diante dos eleitores belemenses. Com a vitória de Simão Jatene ao governo do Estado, o PSDB estaria muito bem na indicação de um membro do partido para concorrer à prefeitura de Belém (e de outros municipios aos quais tem prefeitos no exercicio do mandato). Nesse caso, surgiram especulações aos nomes de Zenaldo Coutinho, reeleito à câmara federal e atual presidente d partido, e de Flexa Ribeiro, o senador eleito com a maior votação ao cargo. A leitura dos votos (nominais e de legenda) dos dois nas eleições de 2010 e os cargos partidários já ocupados podem ser medidas favoráveis ao lançamento de suas candidaturas, entretanto, é possivel que haja tensão intrapartidária que obriga a legenda a constituir-se em grupos que mantém e expõem fraturas pouco saudáveis ao êxito. Há evidências sobre isso: no final de setembro, uma revista nacional divulgou os contatos do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab interessado em aumentar o quadro de senadores do partido, com Flexa Ribeiro, sobre a integração deste ao recém-nascido PSD. O senador ficou de dar uma resposta dias depois, contudo, sabia que no dia 7 de outubro vencia o prazo dado pelo TSE para as filiações dos interessados na competição aos cargos de prefeito e vereador. Nessa reportagem diz Flexa: “Mesmo se me filiar ao PSD, continuarei na oposição construtiva”. Na mesma noticia há o fecho: “Ribeiro pretende disputar a prefeitura de Belém em 2012 – o nome do deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) também é ventilado para concorrer ao cargo”. Na verdade, houve embate entre os dois líderes pela presidência estadual do partido, que foi parar na mediação do Senador Sergio Guerra, presidente da executiva nacional da legenda, dizendo a notícia: “o clima entre os tucanos (...) foi de pacto pelo silêncio”.
Outro aspecto que tem que ser avaliado é a composição de alianças partidárias feitas pelos líderes do PSDB para eleger o governador. PMDB e PPS estão nesse entorno. E ambos fidelizaram num formato diferente. O primeiro tinha um compromisso firmado nacionalmente com o Presidente Lula, para apoiar o PT e, no caso do Pará, seguir coeso com a candidatura de Ana Júlia Carepa. Ao que consta (noticiários públicos, contatos com lideranças), uma série de intrigas açodadas pelas tendências e por lideranças desse partido, afastaram a sintonia interativa entre as duas legendas antes das eleições. O não-importismo com a aliança nacional, em que pese a ostensiva exposição de imagens entre os supostos aliados configurou a ausência dos próceres do PMDB no estímulo à candidatura de Ana Julia.
Há outro acréscimo de uma variável nesse tom de negociações entre PSDB e seus aliados: o apoio que seria dado à candidatura de Arnaldo Jordy (PPS) eleito com a maior votação à câmara federal e uma das legendas que favoreceu a soma de votos à eleição do atual governador. O que se nota é um esfriamento desse acordo e um excitamento do PPS pelo retorno às negociações internas e externas, além da exposição, na mídia, das atividades do deputado, conversa com prefeitos e outras lideranças de outros municipios, sem que seja ventilada a idéia de Jordy deixar de ser o candidato da legenda.
O PTB, comandado pelo prefeito Duciomar Costa está acenando com a candidatura de Almir Gabriel que pretende concorrer ao cargo por essa legenda. Pergunta-se: não seria essa uma pressão do alcaide ao apoio do governador para a abertura de negociações para a composição do governo? Sabe-se que já houve conversas nesse tom com outras lideranças que já deixaram o partido. Outra questão posta: Almir agrega ou desagrega com a sua candidatura? O que detona com os seus efeitos, considerando que ele mantém um grupo fiel de extração do PSDB: o esgarçamento da sintonia entre PSDB e PPS e a derivação de votos para Edmilson Rodrigues do PSOL?
Há fatos noticiosos que exploram outras candidaturas. O interesse era tratar de variáveis. Assunto a ser retomado.
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